• ALGAS 

Uns dos primeiros organismos a surgirem na terra foram às algas. Eucariontes, autótrofas e protistas são produtoras primárias macro e microscópicas com importância fundamental para o equilíbrio dos oceanos. As algas são organismos tanto unicelulares quanto pluricelulares, variando de filamentosas, sinfonosas, até parenquimatosas. As algas são classificadas em grupos levando em conta, além de outras características morfológicas e evolutivas, a coloração do seu sistema de pigmentos. Desta forma, podem ser reconhecidas como algas verdes (clorofíceas), vermelhas (rodofíceas) ou pardas (feofíceas).  As chamadas 'algas azuis" ou cianofíceas são, ao contrário das verdadeiras algas, organismos procarióticos, que devido a sua capacidade fotossintetizante e importância evolutiva, são também estudadas no ramo da Biologia denominado de Ficologia, ciência que estudas as algas. As algas são  grandes produtoras de oxigênio, sendo  responsáveis pela produção de 95 % de oxigênio na atmosfera. São utilizadas como alimento para diversos organismos e   empregadas no controle de  qualidade da água, por serem sensíveis à mudanças de temperatura, nutrientes e poluição.

• FUNGOS

Os fungos, assim como as algas, não são plantas, contudo foram desde o começo estudados junto com as plantas e, por isso, estão incluídos entre os objetos de estudo da Botânica. Fungos são organismos eucariontes, uni ou pluricelulares, heterotróficos, classificados no Reino Fungi e, diferente das plantas, não apresentando clorofila. Os fungos apresentam estruturas filamentosas denominadas de hifas, organizadas em micélios, que se fixam aos diversos tipos de substratos de onde retiram seus nutrientes. Usando um aparato de enzimas poderosas, os fungos são capazes de degradar alimentos, como pão, frutas, cereais, além de madeiras ou até mesmo unhas e pele, as chamadas micoses, tais como o pé-de-atleta. Eles são responsáveis por diversos tipos de doenças tanto em plantas quanto em animais, mas em contrapartida são também muito úteis sendo utilizados como bioindicadores ambientais, na produção de bebidas, em processos fermentativos para a produção de alimentos, e na indústria farmacêutica na produção de medicamentos. Um exemplo disso é a penicilina, antibiótico descoberto acidentalmente pelo cientista escocês Alexander Fleming em 1928, cujo nome deriva de um gênero de fungo denominado Penicillium.

• LÍQUENS

Os líquens, ou fungos liquenizados, são associações mutualísticas entre determinados tipos de fungos e algas ou cianobactérias. O componente fúngico (micobionte) da associação utiliza as substâncias produzidas pela fotossíntese e o componente fotossintetizante (fotobionte) é beneficiado pela água e sais minerais absorvidos pelas hifas dos fungos. Existem vários tipos de líquens, sendo classificados como crostosos (formando crostas sobre o substrato), foliosos (talo em forma de lâminas que imitam folhas) ou fruticosos (talo cilíndrico ou achatado, geralmente formando ramificações que imitam ramos de plantas). Os líquens vivem em cascas de árvores, mas também podem viver em solos e rochas. São importantes indicadores da poluição atmosférica, não estando presentes em locais com níveis de poluição alta. A associação é um benefício mútuo, quando estão juntos são melhores que a soma de dois.

• BRIÓFITAS
• As briófitas são plantas de pequeno porte, típicas de locais úmidos. Por não apresentarem tecidos de condução verdadeiros, são chamadas de plantas avasculares e, devido as estruturas reprodutivas não serem evidentes, são classificadas entre as criptógamas. Há três grupos principais de briófitas, os musgos, os antóceros e as hepáticas. Os musgos são as briófitas mais conhecidas, apresentando caulídeos, filídeos, e rizoides, que são estruturas análogas aos caules, folhas e raízes das angiospermas. A planta adulta que vemos é o gametófito sobre o qual se desenvolve o esporófito, nutricionalmente dependente, formado por um pé, seta e cápsula, que é o local de formação dos esporos. Entre as briófitas estão as turfeiras, tipo de musgo bastante utilizado na produção de combustível, fertilizante e carvão. Um característica curiosa das briófitas é a sua resiliência, pois quando o ambiente está seco, murcham parecendo mortas, mas quando a umidade do ar aumenta, elas se renovam plenamente, ficando novamente vigorosas.
  

• PTERIDÓFITAS

• As pteridófitas são plantas mais derivadas que as briófitas e apresentam tecidos vasculares e rizomas. Possuem alternância de geração onde a planta que vemos é o esporófito, já o gametófito é reduzido, não visível a olho nu. Assim como as briófitas as pteridófitas são criptógamas. Uma fato interessante sobre elas é que se você observar a parte inferior da fronde de uma pteridófita tal como uma samambaia, verá a presença de estruturas arredondadas, os soros, que são os locais onde ficam os esporos quando a samambaia está fértil. Quando os soros liberam os esporos, estes germinam e forma o protalo contendo os órgãos sexuais femininos e masculinos. Após a fecundação dos gametas, o zigoto cresce sobre o protalo dando origem a uma nova planta (esporófito). As pteridófitas são muito conhecidas como plantas ornamentais por causa de suas frondes. Entre as pteridófitas estão as samambaias, cavalinhas e avencas.
  

• GIMINOSPERMAS

• As gimnospermas são evolutivamente o primeiro grupo de plantas a desenvolverem semente, sem, contudo, formarem frutos verdadeiros. Também não possuem flores, mas são plantas bem mais desenvolvidas do que as pteridófitas, alcançando estatura considerável, como as sequoias gigantes. Suas sementes são protegidas por escamas em estruturas chamadas estróbilos ou cones. As sementes dos pinheiros são aladas, o que permite que sejam dispersas pelo vento. As gimnospermas mais conhecidas são os pinheiros, muito comuns por sua relação com a festa de Natal em países de clima temperado, identificados pela forma piramidal de sua copa e folhas em forma de agulhas. Também são gimnospermas as cicas, chamadas de palmeiras-de-sagu, o ginkgo, planta asiática considerada como um "fóssil-vivo", e as gnetófitas, plantas de regiões tropicais muito parecidas com angiospermas. É curioso notar que o ginkgo é uma planta asiática para a qual se atribui muitas propriedades medicinais e místicas. Os orientais acreditam que ela é capaz limpar as energias do local onde habitam, o que levou a planta a ser cultivada em várias partes do mundo.
  

• ANGIOSPERMAS

• As angiospermas são o grupo de plantas com maior abundância e diversidade na atualidade. Nelas houve o aparecimento das flores, estruturas que proporcionam um grande avanço evolutivo, permitindo uma ampla gama de interações ecológicas e reprodutivas, proporcionando a diversificação e a irradiação das angiospermas em todo o mundo. A flor é o órgão reprodutivo das angiospermas, resultado da modificação de folhas que evoluíram para formar o verticilos florais de proteção e atração (cálice e corola) e os verticilos de reprodução, androceu (masculino) e gineceu (feminino). As angiospermas são muito importantes economicamente, pois delas são aproveitados vários produtos, desde madeiras, óleos essenciais, até folhas, frutos e sementes. São angiospermas grande parte das plantas que comemos, dentre elas o feijão, arroz, soja, milho, aveia, cevada, trigo e uma ampla variedade de frutas e grãos.
  

• POLINIZAÇÃO
  
• A polinização é o processo de transporte do grão de pólen das anteras até o estigma da flor. Esse transporte pode ser realizado tanto por vetores abióticos, como vento e água, quanto por vetores bióticos, com destaque para os insetos e aves. As flores oferecem em muitos casos atrativos e recompensas florais, dentre estes o néctar, que é um líquido açucarado de cheiro agradável e atrativo para os polinizadores. É comum a morfologia floral refletir a interação com os polinizadores em função da co-evolução. Ao conjunto de aspectos relacionados às interações planta-polinizador chamamos de síndrome de polinização, dentre as quais citamos a melitofilia (abelhas), cantarofilia (besouros), psicofilia (borboletas), ornitofilia (pássaros) e quiropterofilia (morcegos). A história evolutiva das angiospermas está ligada à evolução dos polinizadores. Algumas espécies de angiospermas possuem polinizadores específicos, o que as tornam muito vulneráveis à extinção, visto que perturbações ambientais causadas principalmente pelo homem poderão afetar o polinizador e, consequentemente, também a planta que dele depende.
  

• FORMAS DE VIDA
  
• Dentre as formas de vida existentes temos as plantas anuais, que nascem, crescem e se reproduzem no período de um ano. As plantas bienais completam seu ciclo de vida em dois anos, no primeiro crescem a raiz, o caule e as folhas. Depois, no ano seguinte, dão origem às flores e frutos, momento em que completam o ciclo e morrem, como exemplo as mostardas. As plantas perenes vivem indefinidamente, como exemplo as mangueiras, elas vão crescer e se desenvolver bem durante vários anos, renovando suas folhas, dispersando seus frutos e dando origem a novos indivíduos dependendo da estação.

• RAÍZ E CAULE 
  
• A raiz é um estrutura especializada de absorção da água e de fixação da planta no solo. Algumas raízes de angiospermas são finas, densamente arranjadas em tufos e possuem a mesma espessura, são as chamadas raízes fasciculadas ou em cabeleiras, comuns nas Monocotiledôneas. Por outro lado, há raízes com um eixo principal mais desenvolvido, sendo denominadas de axiais ou pivotantes, típicas das Eudicotiledêneas. As raízes podem armazenar substâncias nutritivas para uso em tempo desfavorável, como por exemplo a mandioca e a cenoura. O caule tem como função principal a sustentação da capa, bem como a distribuição das substâncias produzidas pela fotossíntese. Alguns caules são capazes de armazenar água como é o caso da barriguda, uma árvore endêmica do Brasil e típica do domínio da Caatinga.
  

• FOLHAS
  
• As folhas são estruturas geralmente verdes pela presença de clorofila. Funcionam, assim, como a sede da fotossíntese e produção de substâncias nutritivas para toda a planta. Nas folhas há estruturas especializadas chamadas de estômatos, através dos quais ocorre a liberação de água por transpiração e absorção de gás carbônico. As folhas podem ser sésseis ou pecioladas, simples ou compostas, quando divididas em folíolos. Algumas plantas não possuem folhas, ou essas são modificadas em espinhos, sendo o caule responsável pela fotossíntese. Um exemplo disso ocorre em cactos como o mandacaru e o xique-xique.

• FLOR
  
• A flor verdadeira é uma estrutura que surgiu nas angiospermas, sendo comparada aos estróbilos das gimnospermas. A flor é a marca registrada das angiospermas, é dela que se formam os frutos e sementes que conhecemos. A flor é composta por pedicelo, sépalas, formando o cálice, pétalas, formando a corola, além de estruturas reprodutivas tais como androceu, conjunto de estames, que é a parte masculina, e o gineceu que é a parte feminina da flor, composta por ovário, estilete e estigma. Muitas flores possuem néctar, líquido açucarado que atrai os polinizadores e serve como recompensa floral.
• FRUTO
  
• O fruto é proveniente do ovário que se desenvolveu após a polinização, seja ele seco, carnoso, comestível ou não. O fruto contem as sementes em seu interior.  Existem três tipos de frutos carnosos mais conhecidos, são as bagas, as drupas e os pomos.  Como exemplo de bagas temos os tomates e as  uvas, nas drupas azeitonas e coco , nos pomos as  maçãs e pêras. Os frutos secos podem ser deiscentes ou indeiscentes. O legume é um exemplo de fruto seco deiscente, suas sementes são liberadas na maturidade através de linhas que se abrem. A sâmara, por outro lado, é um exemplo de fruto seco indeiscente, pois a semente vai permanecer no fruto mesmo da maturidade.
  

RAMOS DE ESTUDO DA BOTÂNICA

• Existem ramos de estudo da Botânica como a Morfologia Externa ou Organografia que estuda as características externas dos órgãos das plantas. 
• A Organografia estuda aspectos como a raiz, caule, folhas, filotaxia, flor e frutos e sementes das plantas.

• A Anatomia Vegetal estuda a organização interna, analisando células, tecidos e órgãos da planta.

• A Paleobotânica estuda os registros de plantas encontradas em rochas, os famosos fósseis. Muitas vezes apenas partes das plantas são encontradas por conta da fragilidade de seus tecidos o mais comum de ser encontrado quase intacto são os esporos e o pólen por possuírem estruturas de proteção muito resistentes.

• A Palinologia é o estudo dos esporos e do pólen contendo grande interesse comercial, medicinal, taxonômico e evolutivo.

• A Fisiologia Vegetal estuda os processos fisiológicos das plantas como o seu processo de fotossíntese, a distribuição do floema em seu corpo, respiração e germinação de sementes. 
• A genética e a evolução andam juntas no estudo das plantas, através delas é possível saber as modificações que as plantas sofreram e quais delas são aparentadas ou não.
• A Fitogeografia estuda a distribuição das plantas e quais os fatores ocasionaram essa distribuição. Anteriormente as províncias eram divididas de acordo com sua vegetação, como exemplo, cerrado, caatinga, regiões tropicais, etc. A Fitogeografia é importante para entender as características daquelas espécies, onde elas são encontradas e em qual bioma ela ocorre. 
• A Sistemática Vegetal é a ciência que trata da nomenclatura, classificação, identificação e descrição dos vegetais, seguindo o Código Internacional de Nomenclatura Botânica. Pelo sistema de classificação, as plantas são divididas em ordens, famílias, gêneros e espécies.  A Taxonomia Vegetal, que é parte da Sistemática Vegetal, envolve a coleta, identificação e descrição das espécies de plantas, sendo o especialista nessa área chamado de taxonomista.

• DOMÍNIOS FITOGEOGRÁFICOS
  
• Os domínios são caracterizados pela sua vegetação predominante. No Brasil possuímos alguns domínios fitogeográficos como a caatinga que é a representação do bioma savana, conhecida popularmente como mata branca, nome dado pelos índios por conta de suas características durante a seca, com galhos cinzentos a esbranquiçados, sem folhas e flores. Por ser uma região semiárida com baixa pluviosidade, as espécies ocorrentes na caatinga possuem características muito próprias como a capacidade de reter água em seu caule, como exemplificado pela barriguda, caules fotossintéticos, plantas com capacidade de resiliência e a caducifolia. As plantas da caatinga desenvolveram estratégias incríveis para suportar a escassez da água, conseguem suportar as condições adversas e mostrar-se coloridas novamente. Temos muito a aprender com essas plantas, sua capacidade de resiliência, floração, mesmo depois de rigorosa seca.
• A Amazônia é um mosaico de vegetação, nela se encontram várias espécies de plantas vasculares, são muito importantes para a mediação da temperatura do planeta e é grande responsável pelos rios voadores. Mesmo com a intensificação de estudos na Amazônia pouco se conhece sobre sua flora, estima-se que existam ainda muitas espécies de plantas que não foram descobertas. Com o crescente desmatamento da floresta amazônica tem ocorrido a possibilidade da extinção de espécies antes mesmo de conhecê-las.
• A floresta atlântica é o domínio fitogeográfico mais modificado pelo ser humano, ele foi à base do desenvolvimento dos portugueses na chegada ao Brasil. A exploração do palmito e do pau-brasil são apenas alguns exemplos. A mata atlântica compreende um mosaico de vegetações. Várias espécies que ocorrem na Amazônia são encontradas na mata atlântica por conta do clima similar.
• O pantanal apresenta solos alagados em boa parte do ano, tornando o solo úmido. É uma província do cerrado, contendo algumas formações parecidas. O pantanal depende das chuvas e qualquer mudança no regime chuvoso nesses locais ocasionaria mudanças severas. 
• O cerrado é caracterizado por ser um mosaico de vegetação, seus troncos tortuosos, areias parecidas com as de praia, mata ciliar em volta do rio, troncos de cascas grossas, ervas, trepadeiras parasitas e semi-parasitas. O cerrado costuma ter incêndios naturais ocasionados pelo clima seco em algumas regiões, porém alguns incêndios são causados pelo homem. Algumas plantas desse domínio se desenvolvem somente após o fogo, mas vale ressaltar que o fogo nesse caso deve ser em condições naturais.
  

• HERBÁRIO
  
• O herbário, conjunto de plantas secas e devidamente identificadas para efeito de catalogação e estudo científico, é o local para onde os biólogos dirigem suas coletas. Ainda no campo as plantas são prensadas e separadas devidamente em prensas de madeiras e jornais. Ao chegar ao herbário as plantas coletadas passam pelo processo de secagem na estufa, podendo durar entre três ou mais dias. Após esse processo as plantas são identificadas, montadas em cartolina, etiquetadas com os dados de campo e recebem o número de tombo, que é o número de cadastro no acervo do herbário. As plantas tombadas são guardas por ordem alfabética de família e espécie em armários. É possível conhecer a flora de um local só visitando os dados de um herbário. 
  

Contatos e informações

O Herbário Professor Francisco José de Abreu Matos (HUVA) está localizado nas dependências do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Fundado em 1999, o HUVA possui um acervo de mais de 24.000 amostras de plantas, especialmente da Caatinga do noroeste do Ceará, sendo o segundo maior do estado em número de exsicatas. Sua equipe é formada por pesquisadores, bolsistas e estagiários voluntários. Entre os pesquisadores, estão o Prof. Elnatan Bezerra de Souza, curador e taxonomista, Profa. Marlene Feliciano Figueiredo, taxonomista, Profa. Maria Luiza Wetzel, anatomista, e Prof. Kaoli Pereira Cavalcante, especialista em diatomáceas.

Para quem quer saber mais:
Botânica Para Quem Gosta de Plantas - Tarciso S. Filgueiras, Livro Pronto, 2008. 126 p.
Raven Biologia Vegetal - Evert, R.F & Eichhorn, S.E., Guanabara Koogan, 2014

INSTAGRAM: @herbario_huva

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https://biolounge.blogspot.com/2014/11/briofitas-conceitos-gerais.html

https://ca.wikipedia.org/wiki

Papola c013/03/as-angiospermas-caracteristicas.html

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• ADRIA KELVIA 
  

Sou fashionista, amante de moda e estou aqui para acrescentar junto a vocês.

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